terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Natal

 "Natal

    Já não sei dizer Natal como sabia,

    quando meu Natal, em minha aldeia,

    era um presépio de musgo e de areia

    e um menino adorando o Deus menino.

    A família inteira, sentada ao borralho,

    fazendo horas para a missa do galo

    nessa noite fria cujo fogo nos aquecia

    e nos dava alento para o ano inteiro.

    Vou reaprender a dizer Natal, este Natal,

    para que possa voltar a ser

    alma de pássaro criança,

    nestas memórias de infância.

    Para que Deus me dê

    nova estrela de Belém

    que nos leve ao mais além.

    Mas serão precisos muitos desses dias

    para que, mais uma vez, possa nascer,

    em figura humana, o meu Messias."
    
José Adelino Maltez (2002). Sphera, Spera, Sperança. Editora Sopa de Letras.

Imagem: "Natal". Beira, Região Centro; Portugal. 2018.

Em Terras de Xisto distantes,
no coração de Portugal,
vagueiam gentes, dores, passos e memórias
próximas de nós.
Lá, nessas terras, ainda há Natividade, Infância...
Ainda há verde, vida, branco...
ainda há Natal, ainda há esperança.

Bom Natal
_/\_
abraço, Maria