Pelos caminhos onde andei,
aldeias perdidas encontrei...
Vazias de gente cheia de oferendas,
guardiãs de memórias, de partilhas,
pra quem chega e se aconchega...
E à torre do ninho cheguei...
Olhei e lembrei...
a neblina que corre por aí acima!
quando o rio dos Santos se aproxima...
E vi-te vinha, agora adormecida...
E a ti, te espreitei, velha figueira de inverno...
E à sombra da velha nora
do velho poço
outrora, como agora,
de tanto andar à roda,
finalmente parei!
E mais fresca continuei...
E junto de ti,
companheiro e doce diospireiro...
Teu fruto colhi, provei e levei...
E o cheiro
das novas perpétuas,
junto à cheia laranjeira,
crescem e florescem...
E os figos da índia!
Ainda esperando, depois de setembro...
E a velha e redonda romãzeira,
bagos carmim, sumarentos, oferecendo...
dizem que a 1 de novembro, comendo,
sinal de pilim!
E o marmeleiro!
Ao sol, povoado de amarelo,
se estendendo...
E ao longe, entre muros,
pelos caminhos da velha fonte,
lentiscos espreitando...
E a jovem pereira amparando...
E lá ao fundo...
abraçada a ti, oliveira,
silvas e amoras silvestres
contigo convivendo...
juntas, maduras, umas,
muitas, a meio,
crescendo...
E tão perto, o ribeiro...
Cobrindo de musgo teu corpo,
Traje novo!
E verde e maduro, teu fruto,
junto, primeiro que vi assim...
Ao longe... moinhos de vento, soprando,
pra gente apanhar e breve... voltar.
Abraço a todos
e até aos próximos Santórios!
Maria